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quinta-feira, fevereiro 13

O tempo do tempo

Ignóbil relógio! Preso no pulso apertando o coração com as tuas pontas soltas, hoje foste tu, apenas tu, a percorrer o tempo.

Solenemente frio

Longe de mim, algures, assassino a minha existência solenemente. Sufoco a alma com as lágrimas que não choro ou chorarei, quisessem elas existir no exterior de mim. De erros repetidos, angustias por sarar, mutilo o ser que em mim existe, mesmo antes de eu querer que existisse. No reverso de quem sou habita quem todos vêm , quem eu não consigo infligir dor, amável cobarde de mão impunes. Mas a alma, existência em mim, essa posso ferir, mutilar, assassinar a meu belo gosto e prazer como, como uma cerimónia solene , repleta de adornos de de malvadez. E abandono, sem qualquer ressentimento, essa parte que faz parte de mim. Deixo-a nas suas ultimas angustias de perdição, por querer voltar a habitar um corpo que lhe cometa erros, que a transporte através dos sonhos incapazes de viver.