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segunda-feira, agosto 10

Corações de Papel

 No teu sorriso perdi as palavras, desenhei os meus sonhos e encontrei o brilho do meu olhar. Tantas vezes percorri o teu sorriso na cor dos teus lábios, na sua forma graciosa de me beijar a alma.
 Quantas vezes teria de te dizer o quanto morri por ver o teu sorriso? Quantos passos troquei no meu caminhar para tentar chegar até ti? Tanto quanto o sentimento, deslumbrei um sonho que me fez sentir-te em mim. Talvez tenha procurado o teu olhar, o teu sorriso, o teu jeito, por palavras vazias que o tempo me trouxe, invadindo-me a alma e afastando-me para longe do que um dia fui em ti, ou terás sido tu em mim? Estas palavras que me trocam o sentimento por banalidades que o comum mortal sente e que apenas eu sinto ao ver-te, como sendo o meu maior dilema, a minha maior certeza de que nem tudo te disse, nem tudo te senti. Vi-nos rodeados de tudo, de nada, da nossa distância e do nosso carinho, tão afectuoso quanto quente, tão apaixonado quanto desligado. Reguei em mim palavras que nos levaram a florescer, que me levaram a cobrir os teus e meus sonhos de flores de jasmim. Do nosso jardim colhemos tantos versos, tantos brindes de copo meio cheio, olhares e cumplicidades que tão bem conhecemos e que nos acompanham a cada sorriso.
 O teu rosto belo, meigo, doce, de sorriso angelical, num corpo de mulher atrevida, sedutora, serena de certezas a concretizar. Os teus passos tão firmes, o teu caminhar tão repleto de ti sem deixares espaço para mais ninguém. Desajeitas-me a alma Sorriso de Anjo, inquietas o meu mais profundo vazio na tentativa de preencher tudo aquilo que entre nós existe.
 As palavras, que de nada valem, os sonhos e desejos, que nos entorpeçam o jeito de amar, tornando-nos desajeitados, inocentes, de coração de papel.