Páginas

segunda-feira, agosto 10

Corações de Papel

 No teu sorriso perdi as palavras, desenhei os meus sonhos e encontrei o brilho do meu olhar. Tantas vezes percorri o teu sorriso na cor dos teus lábios, na sua forma graciosa de me beijar a alma.
 Quantas vezes teria de te dizer o quanto morri por ver o teu sorriso? Quantos passos troquei no meu caminhar para tentar chegar até ti? Tanto quanto o sentimento, deslumbrei um sonho que me fez sentir-te em mim. Talvez tenha procurado o teu olhar, o teu sorriso, o teu jeito, por palavras vazias que o tempo me trouxe, invadindo-me a alma e afastando-me para longe do que um dia fui em ti, ou terás sido tu em mim? Estas palavras que me trocam o sentimento por banalidades que o comum mortal sente e que apenas eu sinto ao ver-te, como sendo o meu maior dilema, a minha maior certeza de que nem tudo te disse, nem tudo te senti. Vi-nos rodeados de tudo, de nada, da nossa distância e do nosso carinho, tão afectuoso quanto quente, tão apaixonado quanto desligado. Reguei em mim palavras que nos levaram a florescer, que me levaram a cobrir os teus e meus sonhos de flores de jasmim. Do nosso jardim colhemos tantos versos, tantos brindes de copo meio cheio, olhares e cumplicidades que tão bem conhecemos e que nos acompanham a cada sorriso.
 O teu rosto belo, meigo, doce, de sorriso angelical, num corpo de mulher atrevida, sedutora, serena de certezas a concretizar. Os teus passos tão firmes, o teu caminhar tão repleto de ti sem deixares espaço para mais ninguém. Desajeitas-me a alma Sorriso de Anjo, inquietas o meu mais profundo vazio na tentativa de preencher tudo aquilo que entre nós existe.
 As palavras, que de nada valem, os sonhos e desejos, que nos entorpeçam o jeito de amar, tornando-nos desajeitados, inocentes, de coração de papel.

domingo, junho 14

Sorriso, o teu

 Procuro a definição do teu sorriso, talvez a definição que não existe, a definição que julguei simples de encontrar. Como um poema, que se escreve sem se conhecer a história ou o sentimento, assim eu tento definir o teu sorriso.
 Não conhecendo o teu sorriso, a sua origem e o seu passado, apenas me delicio a olha-lo de longe. Tento não te olhar directamente, ficaria chateado se te envergonhasses ao me ver olhando para ti e que deixasses de sorrir. Porém, ver-te sorrir feliz também me faz feliz. Contagiante, será a primeira palavra que utilizo para definir o teu sorriso, mas prometo tentar encontrar, tantas quantas possíveis, palavras que reflictam o teu sorriso mesmo que não o possa ver ou tocar.
 A forma como sorris, não a tua gargalhada, o contorno dos teus lábios. Tanta ternura, tanta doçura quanta possa ser negada a quem dela não partilhe. O rosado de uma pétala perfeita que o sol ilumina. Florido. Sim, o teu sorriso pode ser chamado de florido, levando a memória para as mais bela flores de qualquer jardim perfeito e invulgar, onde nada mais existe que o teu sorriso.
 Temo não chegar ao teu sorriso, a essência do teu sorriso, o verdadeiro motivo que aqui me trouxe e que aqui me fez sonhar por o voltar a ver, a comungar do seu contágio, da sua alegria que floresce a cada olhar doce que de ti vem. Talvez não seja eu o destino do teu sorriso, talvez por isso não o consiga definir. Pudesse eu pegar no teu sorriso e torna-lo meu enquanto um poema é escrito e vivido, vezes sem conta.
 Por enquanto ficarei a olhar-te de longe, vendo o teu sorriso.