Páginas

quarta-feira, outubro 19

Perdido no horizonte

 Olho o horizonte sem fim, vejo o que de nada ele me mostra, deixo a alma vaguear pelo pôr-do-sol, espero encontrar alguma resposta, neste meu caminhas sem pressa ou vagar.
 Por vezes doce, outras porém, amargo, este horizonte de neblina que me foge por entre os dedos como areia fina, sem o poder apertar ou segurar. Que maldição atormenta este meu mundo, que mal querer este horizonte tem por mim. Daria tudo que não tenho, se fosse meu, para poder perceber o porquê desta triste sina que invade o ser cada vez mais fraco que transporto em mim.
 Este horizonte, onde a névoa ensombra o dia e a transparência mostra o escuro da noite, onde não se deixa ver, onde não mostra o rosto da pessoa que surge, deixa apenas a certeza do incerto. percorre os sonhos de cada um, rouba os desejos mais íntimos do ser, prevalece para lá do comum mortal que o tempo apaga, a pouco e pouco, desgastando, primeiro o corpo, lentamente a alma e como que por magia desvanecendo a recordação de quem somos os fomos.
 Se ao menos a alma pudesse largar esta sua cama, a que chamo de corpo, se ao menos ela pudesse esquecer o mundo e seguir em frente sem mim.