Páginas

quinta-feira, agosto 15

Longe da saudade

 Há um lugar, longínquo, onde a solidão banha a costa, em que os sentimentos se perdem e se encontram, vagueiam entre a penumbra da noite e a neblina que se instala, lentamente, sobre os corpos, um lugar de nome Saudade.
 Pode o corpo afastar-se, seguir rumo diferente da alma que nos alimenta, esquecer momentos em que apenas duas pessoas foram cúmplices, abandonar o incerto pelo certo do vazio seguro, mas jamais o sentimento acompanhará o corpo. Tantas vezes reprimido, afogado entre lágrimas silenciosas para não despertar o coração adormecido, ignorado na tentativa de não fazer sofrer, tardará o dia em que esse sentimento parta para longe, para a saudade que o acolhe de braços abertos, aconchegando-o no seu leito de amargura como se fosse a maior dádiva que lhe pudesse oferecer. Inocentemente, vive na saudade do seu passado, no sonho do futuro inexistente, esperançoso que um dia a sua fada se lembre dele e lhe possa recompensar pela ausência sofredora.
 Num lugar chamado Saudade, onde não existe ontem ou amanhã, vive-se no hoje que nos magoa, no som vazio que acompanha a alma, onde os pontos finais são trocados, repetidamente, por virgulas,  em que cada fim será um reinicio da mesma saudade.

"Aproveita que está perto e abraça. Faz agora, enquanto pode, porque a saudade meu bem, é um lugar incrivelmente longe." Marcelo Vico

Sem comentários:

Enviar um comentário