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segunda-feira, agosto 26

Perdido

 Este silencio obscuro que me invade a mente, esta neblina sombria que me preenche o dia afastando de mim raios de sol, por mais pequenos que possam parecer, nesta imensidão vazia de mim, de ti.
percorri o mundo tentando encontrar-te, vasculhei montanhas e oceanos na esperança de ver ao longe a tua figura, o teu ser. Encontrei-te onde nunca procurei, junto a mim. Corri para ti como uma criança, abracei-te para nunca mais te deixar partir, fiz dos meus braços amarras onde te prendi sem nunca te tirar a liberdade, guardei o melhor de ti no meu coração, deixei o mundo conhecer quem eu era ao teu lado, quem eu era apaixonado por ti. Ofereci-te o meu sorriso para que nos maus momentos ele te pudesse fazer feliz, para que tivesses algo verdadeiro sempre que o vento te levasse para longe de mim.
 Hoje voltei a percorrer montanhas e oceanos na tentativa de encontrar alguém, na tentativa de ver a pessoa que perdi. Parei e olhei de frente, esperando ver onde não tinha procurado, mesmo ao meu lado, e não me encontrei, vi apenas o teu lugar vazio e o meu espaço em branco numa folha de papel.
 Fico com a certeza que os meus braços foram insuficientes para te segurar a mim, que um abraço de amor nada significa quando não o sentes. A criança em mim, seguiu para longe do tempo, perdida do mundo e sem o sorriso que um dia te ofereceu.
 Vagueando noite dentro, levo a alma envolta na lembrança do dia em que te encontrei ao meu lado, naquela sala de luz apagada enquanto os nossos corpos dançavam ao som de uma lareira.

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