Páginas

terça-feira, setembro 3

A certeza do incerto

 Hoje dei comigo, perdido, a divagar sobre as certezas da minha vida, de uma vida de certezas e incertezas.
 Tão relativo o conceito de certeza, não, não me refiro as certezas do físico, como o porquê de os rios correrem para o mar ou o azul do céu, mas sim a certeza que se gera dentro da mente guiada pelo coração. Todas as certezas serão mesmo certezas ou apenas um desejo de um sonho em que queremos acreditar como sendo essa a nossa certeza, pilar de um objectivo? Teremos nós capacidades para ter certezas quanto aos outros e a forma como tudo gira ao nosso redor ou será apenas fruto de uma ilusão imaginada e criada por nós que nos leva a ter certezas? Se temos uma certeza, seja ela qual for, porque não os outros poderem ter essa mesma certeza? Porque temos de ser apenas nós a ter certeza de algo que aos olhos dos outros parecerá banal?
 Por mais que tente encontrar respostas, chego sempre ao mesmo ponto de partida, serão as certezas assim tão claras aos nossos olhos e tão obscuras aos olhos dos outros? A duvida de uma certeza não é, por si só, motivo para desconfiar se será certeza ou incerteza?
 Uma pergunta atrás de outra, uma certeza desvanecida sempre que uma pergunta sobre si recai, a certeza de algo que não se pode ver, apenas sentir, será sempre certo e incerto ao olhar de cada um, dependendo dos olhos que vêem a certeza como algo em que acreditar ou algo banal em que desacreditar.
 A certeza incerta da vida é, talvez e sem grandes certezas, ter a certeza que nada mais importa senão a clareza e certeza de um olhar, de um sorriso, de um coração apaixonado que na nossa direcção encontra a certeza devolvida.

Sem comentários:

Enviar um comentário