Como um pássaro preso a ti, a mim, ao sentimento.
Fizeste de mim pássaro de sonhos e ideias, deste-me asas para voar até ti, em ti, prendendo-me no teu olhar, no teu sorriso angelical. Tomaste conta de mim, quando o vento não me deixava voar, deste-me abrigo quando a chuva me molhava as penas. Sonhos alimentados pelo desejo de ti, horizontes abertos no teu caminho que fizeste meu.
Hoje, abres mão de mim, tiras-me as amarras, a que me habituei, onde aprendi a viver e ser feliz. Apagas-me os sonhos com a luz do Sol que me obrigas a ver, a olhar de frente, a respirar o ar puro que me agonia, que me assusta.
Deste-me asas para poder ser livre no nosso mundo, e quando eu tento viver nele, fechas-me as portas de nós, abrindo-me o mundo lá fora.
O medo de falhar o voo, de cair ou de não voar sem ti percorre-me o sangue, mas voarei para longe de ti tal como desejas. Talvez pouse num ramo de uma árvore vendo o mundo girar sem mim, talvez me agarre ao primeiro barco que parta do cais e vá por esse mundo fora.
Não sei para onde ir, sei, apenas, que tenho medo das asas que me deste.
Sem comentários:
Enviar um comentário