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quarta-feira, janeiro 25

Sinto falta do teu respirar

 Esta cama, demasiado grande para a minha vida, demasiado pequena para a minha solidão. Se ao menos conseguisse adormecer sem me sentir sufocar nas minhas saudades.
 Mais uma volta nos lençóis, teimosamente, frios e encontro o cantinho onde o teu corpo roçava o meu, onde a tua pele quente envolvia a minha e fazia esquecer o frio da cama. A tua almofada continua intacta, com o cheiro do teu cabelo, aroma de amêndoas que jamais esquecerei. O candeeiro permanece acesso, tantas quantas as noites que viajei no teu corpo, em sonhos ou em viagens que nenhum escritor conseguirá descrever.
 Há uma noite que me percorre o pensamento, noites e noites sem fim ela me invade a mente, noites e noites de solidão sem ti. A noite em que adormeceste no meu peito. Com o passar do tempo tornou-se em algo quase banal, mas o que nunca te disse senti-o, momentos de beleza por explicar, por decifrar, o teu respirar junto a mim.
 Como era suave o teu respirar, terno e calmo, por entre suspiros e sorrisos o teu rosto ia-se moldando a felicidade daquele momento. A tua cabeça deitado no meu peito, no meu ombro ou, simplesmente, no meu braço, enquanto eu te afagava o cabelo ou te beijava a cabeça, tu adormecias, como uma criança pequena. As vezes que te vi adormecer e fui feliz nesses instantes, perdi-lhes a conta, mas jamais esquecerei esse sentimento.
 Hoje, sinto a falta do teu respirar junto a mim, sinto falta da tua pele na minha, desejo encontrar o teu aroma a amêndoas na almofada vazia ao meu lado. Sinto falta de ti.

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