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segunda-feira, maio 7

Um pedaço a menos

 Aquela sensação de querer deixar ir, de poder abandonar sem preocupar, dormir e acordar apenas quando o mundo tiver deixado de olhar para mim, mas tu estás aí, sim, desse lado onde o mundo não te alcança, onde o vento não te toca.
 Hoje quis forçar a rota, caminhar em sentido contrário, ir sem ser visto, mas os olhos que me perseguem, que me guiam por onde bem querem sem sentirem obstáculo, esses olhos que jamais me deixarão. Por entre o seu caminho, sigo imune às minhas tempestades, tentando ser o que esperam, sendo o que querem. Vêem o rosto, o corpo, julgando ter a alma que desejam, tirando partido do ser que lhes sou. Jamais conseguirão ver para lá do que lhes mostro, por mais que explorem a alma, por mais que forcem a barreira.
 Esta mascara que me protege, que me acompanhou e me ofereceram, exploro os seus vincos, os seus traços mais suaves, retiro o máximo do nada que ela me trás, embelezo-a com os teus sorrisos em mim, ofereço-te as palavras que não são mais que tuas, apenas tuas!
 Perguntas que ficam por responder, as minhas, as tuas, as que o mundo coloca, e então? hoje será apenas um pedaço a menos...

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