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domingo, agosto 22

Devora-me

Foi o teu olhar que me agarrou mal te vi... os teus olhos cor de mel penetraram-me na alma tocando-me onde mais ninguém tinha tocado.
  O teu rosto delicado de traços suaves, que tantas vezes eu fico a olhar esperando que não seja apenas um sonho ou uma imaginação da perfeição, criada por mim, na tentativa de justificar aquilo que me está a crescer dentro do peito sempre que a tua ausência se faz sentir em mim.
  Dia após dia mantenho-me acordado esperando que a porta do quarto se abra, e veja no escuro a forma da tua silhueta caminhando na minha direcção, até que a noite profunda, o cansaço e o sono me vencem, e os meus sonhos transformam-se no meu único mundo, na minha única realidade onde eu te posso ter só para mim.
  Amanhã será outro dia, desejo tanto voltar a ver-te... poder sentir o cheiro do teu corpo, o calor dos teus lábios, a tua respiração no meu pescoço... o teu cabelo suave percorrendo o meu peito...
  Mais um dia de sem te ver... vou desistir de esperar por ti... tenho resumindo a minha vida a uma espera por alguém, e isso não me está a fazer bem... dou comigo a pensar em ti, a imaginar-te junto a mim... chego a ter saudades do que ainda não vivemos.
A tua presença curta na minha vida foi o suficiente para a marcar... não vou esquecer o teu olhar cor de mel, o teu perfume, o teu sorriso... a tua vontade de viver, o teu desejo de prazer...
  Gostava de te ver apenas mais uma vez e poder dizer-te o que nunca te disse...
  "Devora-me como se fosse a primeira vez."

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