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terça-feira, dezembro 21

Mar agitado


Estranho este meus cais agora... visto de longe parece-me muito mais acolhedor do que este mar desconhecido e hostil.
 Navegar faz parte de mim... é algo de que preciso para viver... as correntes fortes que me puxam, que me empurram... fazendo perder o norte muitas vezes... mas sempre senti uma necessidade forte de navegar.
 Houve tempos em que me deixava seguir pelo caminho mais fácil... ir ao sabor do vento... ancorar onde a maré me levasse... por vezes gostava de ficar lá... parado a olhar o futuro do meu simples barco a remos... outras vezes não chegava a ancorar com medo do desconhecido...
 Travei pequenas batalhas contra mares e ondas... pensei serem o ponto de partida para a transformação de criança em homem... hoje vejo que as medalhas de nada me interessam... nada significam.
 Tinha medo de voltar ao mar... aprendi a vê-lo com olhos de quem sabe o que quer... com olhos de quem dá valor ao significado da vida. Desta vez entrei com a cautela que outrora não fazia parte da bagagem... sei que vou encontrar algo que desconheço... marés revoltas... ondas fazendo barreira à minha frente... mas desta vez... sei para onde vou... sei o que quero do mar... encontrarei o tesouro que procuro!
 Se tudo isto estiver errado... talvez o meu tesouro não esteja neste mar... talvez não tenha aquilo que preciso para navegar... talvez o meu lugar seja no cais... a olhar o mar...

1 comentário:

  1. Estive a dedicar uns minutos de leitura e sei. O que sei? Sei o mesmo que tu.
    Apenas: a vida muda muito, ainda que sejamos (no singular) os mesmos.
    Este blog: um hino de saudade, espera, alguem que busca uma parte que perdeu - qd se perde, nunca mais volta o que se perdeu... ficam as obsessoes do que poderia ter sido (assaltos do pensamento ao coraçao!, nada, nada mais)...
    Li cada bocado e sei.
    Essa parte da visita surpresa e da foto dos anos... - coisas do tempo, no tempo: talvez para quem acreditasse no tempo...

    Ainda bem que ha coisas que o tempo (esse que desacredito) nao deixa que tenham existencia!

    Escreve. Escreve sempre.
    Um abraço,

    Sandra

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