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domingo, junho 19

Memórias

 Momentos gravados, para sempre, na alma de cada Ser.
 Podemos fugir das pessoas, dos locais,  das datas que nos levam para onde não queremos, mas todos nós sabemos, que mais tarde ou mais cedo, fragmentos do passado voltam a passar diante dos nossos olhos. Como fotos que a alma não apagou, apenas escondeu num cantinho remoto, onde sabe que jamais alguém poderá tocar.
 Nestas pequenas visões, do passado, recordamos o que julgamos ter perdido, ou até mesmo que não seria possível existir em nós ainda. Geralmente, as recordações, chegam acompanhadas pelas nostalgia, pela paz de espírito de voltarmos a viver algo que nos marcou de alguma forma.
 Por mais que tentemos guardar o que de bom aconteceu e esquecer o que nos magoou, deparamos-nos com um turbilhão de sentimentos, ora felizes, ora tristes.
 É inevitável tentar fugir as nossas memórias e aos sentimentos que elas contêm. Podemos tentar esconder o que sentimos ao reviver uma memória, disfarçar e até pensar que ela não nos vai afectar, mas é na solidão e no vazio de nós mesmos que as suas marcas se revelam no nosso corpo!
 A lágrima que hoje cai, não é por ti, é pela marca que ficou, pelo sorriso que me deste, pelo beijo que partilhei em mim.
 Reviver a tua figura, o teu esplendor, a tua personalidade vincada, foi como um punhal que atravessou o coração. Sem tocar a pele, vejo-a a sangrar, sinto o frio ardente que a rasga em golpes repetidos. A vontade de arrancar esse punhal, de tirar todas as memórias tuas dentro de mim, de seguir em frente e esquecer que um dia foste o meu porto de abrigo, a minha fonte de inspiração. No entanto, o coração fala mais alto que a minha mente, e sei que foste o que de melhor me aconteceu, tocando-te ou não, sentindo-te em mim ou presenciando a tua distância, a certeza que marcaste a minha vida.
 Memórias ou simples saudades tuas? De que me adianta ter a certeza desta resposta, se não a poderei partilhar contigo?

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