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domingo, junho 26

Simplesmente tu

 O frio da noite, trás-me a tua memória, a tua imagem, o sorriso que não vi.
 Distante como o oceano azul na praia, onde as suas ondas começam e terminam, onde te posso tocar sem te prender. Misteriosa como o rumo do vento, levando-te ao sabor dos gostos e quereres, de olhar perdido por entre a multidão. Sorriso sincero, doce e meigo, divertido e carinhoso, que só partilhas com quem chega ao Ser em ti.
 Como alguém que vê a Lua, assim eu te vejo! Sempre lá, presente no corpo que é teu, radiante, de uma luz que não é tua, de uma vontade estranha de estar, sem outra qualquer rotina, que não essa, que tão bem conheces. Enigmática, por partilhares o que te rodeia, o que não sentes.
 De alma escondida, tapada por esse sorriso que não mostras, por esse olhar esquecido. Mas sinto-te, por breves lufadas de ar fresco, que a pessoa em ti tem muito mais. Talvez, um mundo interior, tão enorme como o oceano de distância entre tu e eu, talvez, uma semente, a precisar de terra onde se enraizar.
 Os teus olhos, planícies verdejantes, rodeando um lago azul celeste, que me transmitem a calma e paz de espírito, tantas vezes perturbadas pelo Ser que transportas. Rosto traçado a pincel, por um simples pintor, vendo em ti a fonte de felicidade da sua vida.
 Sem te tocar, conheço-te, sem te sentir, ouço o teu respirar, sem mergulhar no teu oceano, levas-me para longe Miúda.

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