Por vezes olho e vejo-te diferente, a rapariga que conheço não está a minha frente, não se revela no corpo que habita. Desconhecida de mim, reconhecida por quem a quer lidar.
As tuas formas desvanecem-se com a luz do dia, tornam-te sombria e distante, fria e perfeita no teu mundo, nesse mundo de objectivos, de sonhos e risos disfarçados. Por mais que te tente alcançar jamais saberei como o fazer ou conseguir, mesmo que te puxe ou que te toque, suavemente, a tua pele não responde. Como que por magia, o teu olhar torna-se vago, o teu sorriso fica estranho, os teus doces movimentos revelam a superioridade que não te reconheço.
Talvez seja eu, talvez não te veja da mesma forma como te sinto na noite escura, talvez o poder de arrastares uma sombra que não te pertence. Talvez eu só consiga olhar a tua sombra.
Repleta de imperfeição, distante de ti, caminhando ao teu lado, essa tua sombra imperfeitamente perfeita da pessoa que julgo ter conhecido.
Quem se refugia na sua sombra, apenas cairá na realidade quando o sol da sua própria mente deixar de brilhar. Aí o vazio dirá o que outrora deveria ter sido levado em conta.
ResponderEliminarTenho a certeza que um dia agradecerás aos céus quando uma nuvem fizer desaparecer esta sombra.
Um abraço.