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domingo, julho 10

Asas de um anjo

 Hoje vi-te, linda, perfeita, vestida de branco, como um anjo, sem asas, apenas com o teu jeito de ser.
 Caramba, estou em frente ao pc a tentar escrever algo, mas, sinceramente, não consigo encontrar as palavras, não consigo descrever o que me vai na alma. Se em outros textos era, relativamente, fácil criar uma personagem e descrevê-la, hoje, com a personagem diante dos meus olhos, perco-me na tua beleza, na tua pessoa, na tua liberdade.
 Nem o frio da noite me tocou o corpo, senti-me um estranho ali, perante ti. Aquilo que julgava impossível, tocou-me muito mais forte do que possas imaginar. Nunca pensei voltar a encontrar-te e sentir o teu frio invadir-me o corpo e a alma, como se fossem teus, como se pudesses fazer deles o que bem te apetece.
 Voltei a sentir-me capaz de conquistar o mundo, mesmo sem coração a bater por mim, mesmo sem a alma a pertencer-me. Tal como outrora, entregaria-te tudo o que tenho e rumaria para o desconhecido de ti, para te encontrar, para te pertencer.
Gostava de te dizer como me sinto, com a clareza e certeza que mereces, mas nem eu sei onde me encontro no meio dos meus sentimentos. Talvez perdido, desorientado, naufrago de mim mesmo, sem saber o que sou ou onde pertenço. Era criança e gostava de poder controlar o tempo, esse malvado de olhos cerrados, com cara de mau que me assustava e atormentava sempre que passava por mim sem eu dar por ele. Hoje, volto a ser essa criança, mais crescido, mais conhecedor do mal que me pode fazer, e continuo a querer controlar o tempo. Parar, recuar e recomeçar. Continuar o sonho que ainda dói, adormecer junto a ti, sabendo que amanhã irei acordar sem a pressa de voltar a sonhar, pois tu estarás lá.
 Um dia irei acordar, e irei ver que a pessoa que hoje vi não estará lá para mim.
 Mesmo sem asas de anjo, voaste para longe de mim.
 Desculpa-me.

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