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terça-feira, julho 12

Encontro-me

 Desperto sigo pela vida, conhecedor do caminho percorrido, incerto do futuro que me espera.
 Sem medo do sentimento que me acompanha, que me embala nas passadas lentas, me aconchega nas noites frias que me chegam do Norte, como uma brisa cortante. A beleza da paisagem, dos seres que por mim passam, de onde bebo as suas melhores qualidades, onde refresco a minha alma repleta de ti.
 Não tenho a tua coragem, a tua valentia, mas tenho-me a mim, a minha liberdade, a minha solidão, fazendo-me percorrer os prados verdejantes do Outono, que não existem, que não conheces ou não partilhamos. A água da lagoa que parou por nós, para nos ver, para não interromper o nosso silêncio agitado, hoje move-se ao sabor do vento, o mesmo vento que me beija a pele sem me tocar.

Foi um silenciar.
Um mundo algures sentido
Perdeu o seu ritmo,
E o olhar que tinha vestido
O amor despiu.

Acreditou no sorriso
E no coração destemido.
Hoje adormece com a sombra
Do desamor que o atraiçoa.



Texto escrito com a colaboração da Mafalda, autora do blog Não te consigo inventar.

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