Perdida na noite, sem canto ou recanto onde esconder suas lágrimas, perdida na noite onde tudo fica claro no escuro sem luz.
Outrora tua, conhecedora de ti e de todos os teus medos, orgulhosa de todos os teus defeitos, hoje partiu, deixando a tua alma na companhia do corpo perdido, na imensidão, na solidão do mundo repleto de gente. Escondida por entre os sonhos de outros que a desejam, por entre a magia de um dia feio, que o inverno trouxe do norte ao sabor do vento gelado de morte sem sorte, sem azar que pudesse alegrar o seu final trágico e desejado.
Abandonada a nascença de um ser moribundo, renegado do fundo do ser de alguém, de entranhas escuras e sombrias, tão claras como o sangue que pensou correr-lhe nas veias inexistentes. Brindou a sorte do abandono, desejando não ser esse ser sem ser, felicitando a sorte que nunca teve, mesmo na nascença.
Hoje, conheces o caminho que não mais verás, irás pela aventura de não saberes onde ou quando, quem ou se, serás apenas tu e os teus medos, os teus defeitos e a tua solidão perdida na noite.
Sem lua ou luar, para amar, encontrarás o brilho da luz no teu doce beijar do mar.
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