Páginas

sexta-feira, janeiro 21

Caixinha de surpresas

Recebi-te um dia, de braços abertos... vinhas num embrulho que jamais esquecerei. A ansiedade de te despir dessa tua protecção, dessa barreira que me separava do mágico, do desconhecido, de ti.
 Como um adulto que tira a roupa a sua conquista mais difícil assim eu te despi... sem te rasgar a roupa, sem te machucar... queria que aquele momento fosse especial, que conhecesse o teu interior tal como ele é.
 Dentro vi uma pequena caixinha... brilhante, pedindo-me para a abrir.... com cuidado te toquei, levantei a tampa e encontrei um ser magnifico. Ali estavas tu... de pé a olhar para mim. O teu rosto parecia-me triste, como se te faltasse algo... fiquei parado a olhar-te nos olhos, tentando descobrir porque sofrias... os meus dedos percorreram o teu corpo suavemente, e aí começaste a dançar para mim... ao som de uma balada que apenas eu conseguia ouvir. O teu rosto continuava triste, cheio de mágoa... não conseguia perceber... pensei em mil e um motivos sem encontrar explicação... mas a resposta mesmo à minha frente eu não quis ver. A minha pequena bailarina dançava... mas presa a uma vida sem interesse.
Dia após dia fui vendo a tua tristeza aumentar sem que eu pudesse fazer nada... até que houve um dia em que já não dançavas, nem  para mim. Numa noite peguei em ti e levei-te para longe daquela caixinha... iluminei a rua colocando-te na palma da minha mão tremula... foi mágico ver-te dançar para mim... longe do teu mundo fechado, longe do meu mundo.
 Hoje sinto que não me foi dada apenas uma caixinha de musica... foi uma caixinha de surpresas onde tu te encontravas.

2 comentários:

  1. Guarda a caixinha...ela será sempre tua...depois basta abrir as memórias e elas dançarão para ti. :)

    ResponderEliminar
  2. ...e com um simples olhar ou um simples sorriso tudo pode mudar... ;)

    ResponderEliminar